I Put a Spell on You | Ana Borralho & João Galante

fotografia de João galante e Ana Borralho da série I put a spell on you, Artadentro Faro

S/título, série “I Put a Spell on You”, # 1, 2009
Impressão Lambda s/Alucolic, 100 x 115 cm, (Ed. 5 + 2 pa)
foto: Vasco Célio / F32

 

Exposição de fotografia e vídeo

I Put a Spell on You

De 20 de Fevereiro a 28 de Março de 2009

 

Ana Borralho (Lagos, 1972), estudou escultura no Ar.Co enquanto e estuda piano na Academia de Amadores de Música de Lisboa (1991/1998). Possui o diploma da Royal Academy of Dancing (level 1 – Classical). Frequentou workshops de dança, teatro e voz, com Dieter Heitkamp; Franz Poelstra; Vera Mantero e João Fiadeiro. Desde 1997, desenvolve projectos de dança, teatro e vídeo, como autora ou em co-autoria. Trabalha como actriz, realiza performances e expõe fotografia e vídeo em Portugal e no estrangeiro. Desde 2002, trabalha em conjunto com João Galante.

João Galante (Luanda, 1968), completou o Curso Avançado do Ar.Co, estudou luminotécnia de teatro no IFICT, onde realiza também o Curso de Actores, e fez o Curso de Dança no Fórum Dança, em Lisboa. Desde 1989 participa e cria obras performativas, fotografia, vídeo e instalações. A sua obra foi exibida em Portugal e no estrangeiro, em variadas mostras e festivais. Desde 2002, trabalha em conjunto com Ana Borralho.

Este casal de artistas, desde 2002, tem vindo a desenvolver o seu trabalho em torno das problemáticas da identidade/comportamento e da relação público/performer, através de uma estratégia de confronto com o espectador/voyeur, incitando-o à participação e integrando-o no processo da própria obra.

Ana & Galante apresentam na Artadentro “I put a spell on you”, uma mostra de fotografias e vídeo. As várias versões da canção que dá título à exposição (um original de Screamin’ Jay Hawkins interpretado por artistas como: Natacha Atlas, Nina Simone, Nick Cave, Queen Latifah, Marilyn Manson, Diamanda Galas, Bette Midler, Brian Ferry, Joe Cocker, etc), juntamente com o ruído de vozes humanas imitando o som de moscas e abelhas, constituem o ambiente sonoro em que as obras são realizadas aquando do workshop homónimo, no início de Fevereiro de 2009, nas instalações dos “Artistas”, em Faro. As imagens a obter, em que os performers olham o espectador — de corpos nus “tratados” de modo a sublinhar uma dimensão erótica, apelativa e intimidante —, prosseguem a linha de investigação dos autores.

Ana & Galante instalam, assim, as condições para a experiência de um novo ambiente “democrático” — dentro da latitude proporcionada e com a intuição dos seus limites —, um espaço de liberdade em que o público envolvido, ainda que (ou porque) desafiado por sentimentos básicos, análogos em todos, se descobre espectador da sua identidade e, em boa medida, como autor de si próprio.

Artadentro,
Vasco Vidigal