Queda | Marta Caldas

Exposição de desenho

Queda

De 15 de Novembro a 13 de Dezembro de 2008, e de 20 a 31 de Janeiro de 2009


A Artadentro apresenta agora, a primeira mostra individual do seu trabalho, numa exposição de desenho intitulada queda. Marta Caldas inicia a obra pela adopção de um texto ou, como neste caso, apenas de uma palavra: queda (acto ou efeito de cair; derrota; propensão, etc.), homógrafa de queda (de quedar – Lat. quetare -, parar; ficar; estar quedo). Tomada com o seu “excedente” — o que escapa à possibilidade de ser posto sob a forma sequencial da escrita e da fala —, é esta palavra, rica de significados antagónicos e complementares, que inicia e integra já a obra, que proporciona à autora o ambiente de sentido capaz de desencadear a passagem ao desenho e de condicionar a sua realização.

O desenho é, pois, sobretudo, encarado como assumpção de riscos. Resolvido e desenvolvido no acto do fazer e/ou do não fazer, no atrevimento de arriscar tanto a queda da derrota como a queda de ficar parada, ela surge, de qualquer modo, como a escolha de enfrentar directamente o dilema que aflige todo o acto criativo — como, de igual modo, as decisões de todos nós; a trabalhosa assumpção activa de exigência crítica, perante nós próprios e o mundo, ou a derrota certa de quem fica mudo e quedo, confortavelmente entre a medíocre massa anónima da aceitação da regra.

 

Marta Caldas (Lisboa, 1982), estuda música, teatro e cinema, e entre 2001 e 2006, termina o Plano de Estudos Completo do Ar.Co., em Lisboa, tendo simultaneamente frequentado o curso de História da Arte na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Encontra-se actualmente a completar o mestrado em Artes Visuais na Universidade de Évora. Vive e trabalha em Lisboa e Évora. Participou em exposições colectivas, e colaborou em projectos de artistas como Thierry Simões ou Armanda Duarte.

Artadentro,

Vasco Vidigal