
Colisor
21 OUT. – 14 JAN. 2024
Museu Municipal de Faro
Praça Dom Afonso III 14, 8000-149 Faro
Horário: 3ª. a 6ª das 10h00 às 17h30 / Sáb. e Dom. das 10h30 às 16h30.
Encerra 2ªs e feriados
Inicia agora Reset.23/24, o novo ciclo de exposições de arte contemporânea organizado pela Artadentro em colaboração com o Museu Municipal de Faro, com uma inauguração simultânea de exposições, uma das quais o Colisor, com o Colectivo Artadentro.
Colisor, acontece com o encontro no Museu Municipal de Faro, de visitantes provenientes de outras galáxias. Estes estranhos seres vêm colocar no mesmo espaço, misteriosos dispositivos estéticos, os quais, reconvertem a radiação em poderosos feixes de energia lumínica. Então, o conjunto destes fluxos fotónicos deslocando-se à velocidade da luz, ao entrechocarem-se poderosamente na mente dos espectadores, vão provocar maravilhosos efeitos irreversíveis.
A ideia subjacente a Colisor é a de que, como se verifica em experiências científicas avançadas, certas partículas energicamente lançadas umas contra outras, vêm dar a conhecer novos elementos que até aí apenas se consideravam em potencial.
Colisor, com curadoria de Susana Rodrigues & Vasco Vidigal, é uma exposição do Colectivo Artadentro, em que participam Ana André, Christine Henry, Daniel Moreira & Rita Castro Neves, Jorge Mendonça, Meinke Flessman, Miguel Cheta, Paulo Serra, Vasco Célio e Vasco Vidigal.
Artadentro / 20 Anos
Exposição “Colisor”: 21 out a 14 de jan 2024 no Museu Municipal de Faro
Qual a relação entre um Colisor, acelerador de partículas, e a Arte? O Colisor, tal como a obra de arte, permitem-nos entender um pouco mais acerca da humanidade. O primeiro, criado para instigar o aceleramento dos átomos no sentido de provocar colisões frontais entre eles e estudar o que daí resulta; a segunda, criada para ativar os neurotransmissores do cérebro humano. Seja provocando o estranhamento nos espectadores com obras ou instalações que os perturbam, ou obrigando-os a refletir e a questionar coisas que não estivessem preparados para sentir; ou ainda, a simples purificação emocional através da experiência estética, seguindo a visão de Aristóteles.
Ao entrar na capela do museu municipal de Faro, lugar da exposição, deparamo-nos com as obras de Daniel Moreira e Rita Castro Neves. A planta musgo, com qualidades sensoriais singulares, é representada em detalhe e minúcia refletindo a sua fragilidade atual face às questões climáticas. Os dez desenhos da série “Musgo” aqui presentes em papéis coloridos, uma herança transformada em arte, acompanham-nos até à obra da série “Liceu” do artista Miguel Cheta. A fotografia, que segundo Walter Benjamin, emancipa a obra de arte da sua dependência de um ritual, como o desenho, é do que parece ser de uma oficina para automóveis, ainda que o espaço se mostre imaculado. Mas na verdade, trata-se de uma obra que remete para a memória coletiva. O caixilho, que suporta a fotografia impressa em vidro é o óculo da sala de convívio do antigo liceu de Loulé, frequentado pelo artista que recolheu alguns objetos desse espaço, por altura da demolição do mesmo.
Entrando na nave da igreja manuelina do museu municipal de Faro, sentimos as cores, vemos as formas, cheiramos a assepsia. No silêncio sepulcral, somos magnetizados pela explosão de cor da obra “Colisor” de Vasco Vidigal, artista e co-curador da exposição, que aglutina vários papéis na qualidade de agente cultural e autor. Ele cria para esta exposição uma pintura mutante, como este a define, que se vai adaptando ao espaço, repintando e transformando. Mas a expressividade e intuição escondem acidentes e experiências que não vingaram. As manchas caóticas feitas a óleo, sobras das aulas de pintura lecionadas pelo artista, e o uso de cores vibrantes, são testemunho da ação e expressividade deste em contraste com a fotografia monocromática e de estilo minimalista do artista Vasco Célio, com quem partilha a parede central. No papel de artista, Vasco Célio, tem-se debruçado sobre aspetos ligados à tradição, cultura e paisagem. É aqui que gosta de experimentar, de iludir. A imagem maior, uma fotografia de uma paisagem captada no ano de 2017, em tons laranja, sugere o rescaldo de um incêndio. Pequenas labaredas ainda descem a montanha, mas vê-se espuma de água no topo dessa montanha e perguntamos, qual o truque?
Na busca por um certo lugar e um certo tempo temos o trabalho da Christine Henry, “J´ai réve d´un autre monde”. A artista utiliza objetos pré-existentes que outrora cumpriram a sua função, como as caixas de madeira de medidas medievais de volume. O alqueire foi resgatado para esta obra, onde vão sendo montados em diferentes pilhas sobre pernas em madeira que, ao longe, parecem câmaras de filmar antigas sobre um tripé, ou então estranhos seres que nos visitam.
Um trabalho íntimo e confessional é o conjunto de auto-retratos que o artista Paulo Serra tem vindo a desenvolver há já alguns anos. Aqui é-nos mostrado de forma crua e direta os seus pensamentos e devaneios, através dos desenhos guiados pelo movimentar da mão e do braço como um “cavalo alucinado”, segundo as palavras do artista. A compulsividade que nada deve ao artista disciplinado e metódico colide com o método e prática presente na obra da artista Ana André que, para esta série de pinturas com o título “Ossos”, trabalha a partir de um modelo escolhido não só pela acessibilidade, mas sobretudo pela sua cor na investigação de tons da carne. Pinta os ossos ao vivo, em diferentes tonalidades dadas pela variação da luz, preenchendo a tela a óleo até os elementos se fundirem e darem origem a uma paisagem abstrata que se mistura com a cúpula barroca da capela do museu.
O cenário único do sul do país cativou uma outra convidada para a exposição, Meinke Flesseman, uma artista de origem holandesa que cresceu no Algarve e que com esta obra da série “Dragonfly” afasta-se do figurativo. Nesta abstração de elementos da natureza somos compelidos a relacionar com os jardins de Giverny retratados pelo impressionista Claude Monet, embora a paleta de cores seja aqui mais reduzida e o grau de abstração maior. Assim como no caso do artista autodidata, Jorge Mendonça, que vê na pedra algarvia em bruto as formas abstratas. A sua barba longa de outrora, sentado a esculpir a pedra, faz lembrar o maior escultor do século passado, Constantin Brancusi; artista que Jorge Mendonça desconhece, mas com quem partilha bastante, desde o facto de também com ele a obra de arte se alargar ao plinto que a suporta, até a uma surpreendente versão da obra “O beijo”, que fez numa outra ocasião.
Este projeto expositivo pretende ser mais uma experimentação onde se incluíram artistas do coletivo Artadentro, e não só, em colisões de estilos, de abordagens, de temas, de movimentos, de técnicas, de meios e de cultura artística. Tal como nas várias experiências com o Colisor Hádrons, pretende-se colidir para alargar o nosso entendimento, apenas isso!
Susana Rodrigues
Visita guiada à exposição COLISOR com a curadora Susana Rodrigues.
Sábado,18 de Novembro às 15h30, no Museu Municipal de Faro.
www.artecapital.net/exposicao-803-colectiva-colisor
Pequena nota biográfica dos artistas e curadores:
Ana André (Faro, 1969). Estudou Pintura e Desenho entre 1991-97, no Ar.Co em Lisboa. Actualmente frequenta o Mestrado em Processos de Criação na Universidade do Algarve. Co-fundadora da Artadentro, em Faro, em 2003, desde então dirige esta associação juntamente com Vasco Vidigal. Exibe a sua obra desde 1995, individual e colectivamente, em Portugal e no estrangeiro.
https://artadentro.com/aaprincipal.htm
Christine Henry (Porto, 1958), em 1981 instala-se em Loulé, onde actualmente reside e trabalha. Em 2006, faz a pós-graduação em artes e programação cultural no Instituto Superior D. Afonso III, em Loulé. Em 2009, frequenta Mobilehome – Curso Experimental de Arte Contemporânea. Desde o ano 2000, expõe regularmente a sua obra em Portugal e no estrangeiro, em exposições individuais e colectivas.
www.artadentro.com/o-quase-nada-christine-henry
Jorge Mendonça (São Brás, 1964), Começou cedo a trabalhar a pedra e aos 12 anos já era mestre em calçada. Começou a fazer escultura com cerca dos 30 anos, fascinado com as formas orgânicas que surgiam — por acção da água sobre o calcário —, ao extrair a pedra da pedreira. É um artista autodidata que se dedicou à escultura em pedra, trabalhando-a com os métodos tradicionais.
Daniel Moreira & Rita Castro Neves vivem e trabalham entre o Porto e a Beira Alta. Daniel Moreira é licenciado em Arquitectura, iniciando em 2000 um percurso multidisciplinar entre a arquitectura e as artes plásticas. Rita Castro Neves, após terminar o Curso Avançado de Fotografia do Ar.Co em Lisboa e o Master in Fine Art da Slade School of Fine Art de Londres, inicia uma atividade artística regular, de docência e de curadoria.
Em 2020 terminam o projeto de recuperação da Escola de Macieira, uma antiga escola primária do Plano dos Centenários na Serra de São Macário, na Beira Alta, para aí iniciarem um projeto de reflexão sobre cultura serrana, a natureza, o rural, e a preservação ambiental.
www.danielmoreira.net | www.ritacastroneves.com
Meinke Flesseman (Amesterdão, 1966), ainda criança passa a residir no Algarve donde, mais tarde, sai para estudar na Academia Ruud Wackers em Amsterdão. Estudou belas artes em Florença, Moscovo e, já de volta ao Algarve, participa no curso de arte contemporânea Mobile Home de Nuno Faria. As suas obras integram numerosas colecções em Portugal e no estrangeiro.
https://www.meinke-flesseman.com/dragonfly
Miguel Cheta (Loulé, 1970). É Licenciado em Artes Visuais pela Universidade do Algarve e frequentou o Mobilehome em Loulé (2009/2012). Dinamiza e participa em projectos educativos que cruzam património e/ou educação com o processo artístico, em colaboração com entidades como a Direcção de Cultura do Algarve, a Câmara Municipal de Loulé ou a Fundação Calouste Gulbenkian. Expõe regularmente desde 2001. Desde 2022 preside à associação Alfaia, sedeada em Loulé.
www.artadentro.com/realidade-aumentada_miguel-cheta
Paulo Serra (Olhão, 1965), vive e trabalha em Faro.Em parte autodidacta, pese embora uma breve frequência da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e do Mobilehome em Loulé, faz a sua formação sobretudo através da convivência com artistas como Bartolomeu dos Santos, Otto Muehl, Costa Pinheiro e Manuel Baptista, bem como durante estadias em Lisboa, em Berlim e Sevilha. Expõe a sua obra desde 1995, em Portugal e no estrangeiro, em colectivas e individualmente.
Susana Rodrigues (Porto/Portugal), Mestre em Estudos Artísticos pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto (2015) e Pós-Graduação em Processos Criativos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade do Algarve (2023). Integra o Serviço Educativo do Centro de Arte Oliva em São João da Madeira desde 2019. Participou em residências artísticas de curadoria em Viena na Áustria (Curator ́s Agenda: Vienna 2015) e Dortmund na Alemanha (Autocenter Summer Academy at Hartware MedienKunstVerein HMKV – ACSA (2016)). Participou na produção de exposições como a “Trabalho Capital #Ensaio sobre gestos e fragmentos” comissariada por Paulo Mendes (2019) e fez a curadoria de algumas exposições, sendo de destacar a “Habitar-se | Coabitar-nos”, no espaço Camponeza em Coimbra (2021) e “TRACE”, na galeria Lehmann + Silva no Porto – Portugal (2018).
Vasco Célio (Lubango, Angola 1975), vive e trabalha em Loulé. Estudou História da Fotografia de Publicidade, Fotojornalismo e fez Pós-Graduação em Artes e Programação Cultural no INUAF em 2007. Estuda vídeo, fotografia para cinema e participa no projecto de formação artística Mobilehome. Desde 1996, expõe regularmente em mostras colectivas e individualmente, em Portugal e no estrangeiro.
Vasco Vidigal (Lisboa, 1958), estudou na Sociedade Nacional de Belas Artes e realizou o Programa de Estudos Completo da Ar.Co, em Lisboa. Em Faro, juntamente com Ana André e Manuel Rodrigues, funda a Artadentro em 2003. Expõe regularmente em Portugal e no estrangeiro.
www.artadentro.com/vasco-vidigal_anomalia
From October 21, 2023 until January 14, 2024
Colisor
Artadentro Collective (Ana André, Christine Henry, Daniel Moreira and Rita Castro Neves, Jorge Mendonça, Meinke Flesseman, Miguel Cheta, Paulo Serra, Vasco Célio and Vasco Vidigal)
Curators: Susana Rodrigues and Vasco Vidigal
Artadentro initiates a new cycle of contemporary art exhibitions, Reset.23/24, in collaboration with the Municipal Museum of Faro, with the opening of two exhibitions. One of the exhibitions is called Colisor, with the Artadentro Collective.
Colisor takes place with the encounter of visitors from other galaxies in the Municipal Museum of Faro. These strange beings come to place mysterious aesthetic devices in the same space, which reconvert radiation into powerful beams of light energy. So, the set of these photonic flows moving at the speed of light, when colliding powerfully in the minds of spectators, will cause wonderful irreversible effects.
The main idea of Colisor is that, as seen in advanced scientific experiments, certain particles energetically launched against each other, allow us to discover new elements that until then were only considered as potential.
Colisor, curated by Susana Rodrigues and Vasco Vidigal, is an exhibition by Artadentro Collective with the participation of the following artists: Ana André, Christine Henry, Daniel Moreira e Rita Castro Neves, Jorge Mendonça, Meinke Flesseman, Miguel Cheta, Paulo Serra, Vasco Célio and Vasco Vidigal.
Artadentro / 20 Years
Biographical note of artists and curators:
Ana André (Faro, 1969), studied Painting and Drawing at Ar.Co between 1991-97, in Lisbon and currently is attending a Masters in Creative Processes at the University of Algarve. Co-founder of Artadentro, in Faro, since 2003 she has been driving this association together with Vasco Vidigal. She has been exhibiting since 1995, in individual and collective exhibitions.
Christine Henry (Porto, 1958), in 1981 she settled in Loulé, where she currently lives and works. In 2006, she completed a postgraduate degree in arts and cultural programming at the Instituto Superior D. Afonso III, in Loulé. In 2009, she attended Mobilehome – Experimental Course in Contemporary Art. Since 2000, she has regularly exhibited her work in Portugal and abroad, in solo and group exhibitions.
Jorge Mendonça (São Brás, 1964) Started working with stone early and at the age of 12 he was already a master at paving. Sculpture came when he was around 30 years old, fascinated by the organic shapes that emerged — due to the action of water on the limestone — when extracting the stone from the quarry. He is a self-taught artist who dedicated himself to stone sculpture, working with traditional methods.
Daniel Moreira & Rita Castro Neves, live and work between Porto and Beira Alta. Daniel Moreira has a degree in Architecture, beginning in 2000 a multidisciplinary path between architecture and fine arts. Rita Castro Neves, after finishing the Advanced Photography Course at Ar.Co in Lisbon and the Master in Fine Art at the Slade School of Fine Art in London, begins a regular artistic activity, teaching and curating.
In 2020, they completed the recovery project for Escola de Macieira, a former primary school from the Plano dos Centenários in Serra de São Macário, in Beira Alta, to begin a project of reflection on mountain culture, nature, rural areas, and environmental preservation.
Meinke Flesseman (Amsterdam, 1966), came to live in the Algarve as a child, from where she later left to study at the Ruud Wackers Academy in Amsterdam. She studied fine arts in Florence and in Moscow.
Back in the Algarve, she takes part in Nuno Faria’s contemporary art course “Mobile Home”. Her works are part of numerous collections in Portugal and abroad.
Miguel Cheta (Loulé, 1970). He has a degree in Visual Arts from the University of Algarve and attended Mobilehome in Loulé (2009/2012). He promotes and participates in educational projects that combine heritage and/or education with the artistic process, in collaboration with entities such as the Algarve Directorate of Culture, the Loulé City Council or the Calouste Gulbenkian Foundation. He has exhibited regularly since 2001. Since 2022 he has presided over the Alfaia association, based in Loulé.
Paulo Serra (Olhão, 1965), lives and works in Faro. Partly self-taught, despite briefly attending the Faculty of Fine Arts of the University of Lisbon and Mobilehome in Loulé, he trained mainly through coexistence with artists such as Bartolomeu dos Santos, Otto Muehl, Costa Pinheiro and Manuel Baptista, as well as during stays in Lisbon, Berlin and Seville. He has exhibited his work since 1995, in Portugal and abroad, in group and individual exhibitions.
Susana Rodrigues (Porto/Portugal), Master in Artistic Studies at the Faculty of Fine Arts of the University of Porto (2015) and Postgraduate in Creative Processes at the University of Algarve (2023). She has been part of the Educational Service of the Centro de Arte Oliva in São João da Madeira since 2019.
She participated in curatorial artistic residencies in Vienna, Austria (Curator ́s Agenda: Vienna 2015) and in Dortmund, Germany (Autocenter Summer Academy at Hartware MedienKunstVerein HMKV – ACSA (2016)). She participated in the production of exhibitions such as “Trabalho Capital # Ensaio sobre gestos e fragmentos” curated by Paulo Mendes (2019) and curated some exhibitions, such as “Habitar-se | Coabitar-nos”, at the Camponeza space in Coimbra (2021) and “TRACE”, at the Lehmann + Silva gallery in Porto – Portugal (2018).
Vasco Célio (Lubango, Angola 1975), lives and works in Loulé. He studied History of Advertising Photography, Photojournalism and did a Postgraduate in Arts and Cultural Programming at INUAF in 2007. He studies video, photography for cinema and participates in the artistic training project Mobilehome. Since 1996, he has exhibited regularly in group and individual exhibitions, in Portugal and abroad. He published the books Troika, Algarve Mediterrânico and Vida e Vozes do Mar e do Peixe. He is a founding partner of the F32 studio, currently STILLS.
Vasco Vidigal (Lisbon, 1958), studied at the National Society of Fine Arts and at Ar.Co, in Lisbon, where he carried out the School’s Complete Study Program. In Faro, together with Ana André and Manuel Rodrigues, he founded Artadentro in 2003. He exhibits regularly his work in Portugal and abroad.